segunda-feira, 27 de junho de 2011

ROBERTO JORGE HADDOCK LOBO – TIJUCA – para Stella Haddock Lobo

Stella Haddock Lobo - Não resistindo: onde morava a família de Roberto Jorge Haddock Lobo. A rua com esse nome , na Tijuca , tem alguma coisa ligada à família ou é apenas um nome de rua.

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Prezada Stella,

Seus Roberto´s Jorge (cinco, ao todo), residiram em muitos endereços, lógico, pois foram cinco ao longo de 167 anos (1844-2011); houve até um, que morou na própria rua Haddock Lobo.


Porém, tanto o histórico da rua Haddock Lobo, como o histórico da família e sua atuação no bairro da Tijuca, outrora Engenho Velho, “começa pelo começo”, ou seja, no próprio patriarca da família, que foi Roberto Jorge Haddock Lobo I.

Nascido em 1817, em Cascais, patriarcado de Lisboa, já encontrava-se no Rio de Janeiro, no ano de 1844. Residiu, a vida toda, no Engenho Velho – homem fiel ao bairro da Tijuca – onde o encontro residindo, em 1844, na rua do Engenho Velho, número 19, e neste mesmo endereço faleceu a 30.12.1869, sendo sepultado no cemitério do Cajú.

Era Doutor em medicina e negociante matriculado na praça do Rio de Janeiro. Tenente Cirurgião do Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional, Delegado de Instrução Pública da Freguesia do Engenho Velho, em 1852.

Roberto Jorge Haddock Lobo

Membro Titular da Academia Imperial de Medicina, na Seção Cirúrgica, instituição que foi fundada em 30 de Junho de 1829 , com o titulo, Sociedade de Medicina, aprovada por Imperial Decreto de D. Pedro I, de Janeiro dc 1830 e instalada publicamente em 24 de Abril do mes­mo ano.

Em 1868, era Membro do Conselho Fiscal da Associação Brasileira de Segurs Mútuo sobre a vida, autorizada a funcionar por Decreto Imperial de 18.06.1864. Nesta ocasião, encontrava-se na Europa, porém, no ano seguinte já estava no Rio de Janeiro, quando faleceu.

Presidente da Camara Municipal do Rio de Janeiro, cargo que exerceu com maestria. Dignitário da Ordem da Rosa, Comendador da Ordem de Cristo e Oficial da Ordem Imperial do Cruzeiro.

A Rua do Engenho Velho, é uma das mais antigas do bairro da Tijuca, então principiando na rua Estácio de Sá, junto à Igreja do Divino Espírito Santo, e terminando na esquina da Rua São Francisco Xavier, com a rua Conde de Bomfim. Uma importante artéria de comunicação para os bairros do Engenho Velho, Rio Comprido, Tijuca e Andaraí.


Logo no princípio daquele velho logradouro, no sobrado de número 19, residiu Roberto Jorge Haddock Lobo I, entre 1844 e 1869, quando deu o seu último suspiro, ao lado de seus familiares, ficando a propriedade em mãos de seu filho homônimo, Roberto Jorge Haddock Lobo II, já que seu filho segundo, Jeronimo Haddock Lobo, parece ter falecido criança.  Foi a propriedade dividida em quatro lotes, de números 17, 17 A, 19, 21 e 23, sendo o número 17, na esquina com a rua Maria José, hoje conhecida pelo nome de Rua Zamenhof.

Justamente, no terceiro prédio após a esquina com a rua Maria José (Rua Zamenhof), residiu este seu antepassado, até a data do seu falecimento. Os velhos prédios 17, 17 A e 19, a partir de 1876, passaram a atender pelos números 21, 23 e 25 (casa de Roberto Jorge) e, os números 21 e 23, foram unidos pelo número 27. Estas propriedades, no último ano do século XIX – 1900 – ainda tinha esta numeração. O número 23, na década de 40, era uma casa com cinco apartamentos; e, o 25, onde viveu seu patriarca, era a casa de Elisa Silva Carvalho.

No entanto, para finalizar, há que se registrar que a rua Engenho Velho, deixou de existir, no ano seguinte ao falecimento de seu antepassado, devido à aprovação da proposta apresentada à Câmara Municipal, pelo verador Dr. Abreu. Querendo homenagear ao importante e saudoso Presidente da nesna Câmara - Roberto Jorge Haddock Lobo (I), àquele logradouro passou a chamar-se  RUA HADDOCK LOBO.


A proposta foi apresentada, em sessão da Câmara Municipal de 28 de janeiro de 1870 – um mês depois do falecimento do Dr. Roberto Jorge Haddock Lobo – e, sem debate, foi imediatamente aprovada a seguinte indicação:



  • A fria louza da sepultura encerra os restos mortaes de um cidadão que por muitos quatriennios occupou uma dessas cadeiras que o povo nos delegou. Esse cidadão, tão relevantes serviços prestou ao Município Neutro que torna-se credor da gratidão pública, inscrevendo seu nome nos archivos municipaes e dotando-lhe com uma importante obra, senhores, é o “Tombamento Municipal”.
  • Por esse enunciado comprehendereis que fallo do Dr. Roberto Jorge Haddock Lobo. Assim, pois, como gratidão de tantos benefícios por elle prestados ao Município, e em respeito à sua memória, proponho que esta Ilma. Câmara, clebrando hoje a sua primeira sessão deste annp, mande inscrever na acta um voto de sentimento profundo pelo passamento de tão conspicuo, intelligente e dedicado cidadão, incansável obreiro desta Ilma. Camara e que cooperou com o seu voto e profundos estudos, não só a sustentar que o elemento municipal, legalmente constituido, deve possuir prestígio e gráu de força moral necessária para ser respeitado, como enthusiasta pela idéa do progresso e adiantamento civilizador; iniciou e coadjuvou seus collegas na dotação de melhoramentos tendentes ao bem publico e a segurança individual.”
  • Paço da Illustrissima Camara, 28 de Janeiro de 1870 – Dr. Abreu.


Cabe lembrar, no final do século XIX, que existiu outra rua Haddock Lobo, no bairro de Campo Grande, que hoje tem o nome de rua Bernardo de Vasconcelos.

Cau Barata

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