A"matriarca" é Adèle Gosling Lynch (1843-1925), minha trisavó, a época já viúva, sentada ao lado do filho do meio, que ficou solteiro, meu tio bisavô Sir Henry Joseph Lynch (1878-1958), que era industrial, cavaleiro do Império Britânico e representante dos Rotschilds junto ao governo
Prezado Christian,
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Vamos mapear a genealogia do lote 388, da rua São Clemente.
Foi esta propriedade, ainda em vida de Sebastião Viana, dividida em tres grandes lotes, fazendo parte do nosso estudo, o de número V 2, que vai originar, justamente, a Casa 86, como veremos adiante. Foi esta propriedade remanescente, que ficou na mão da família Viana, ou seja, com a viúva, Teresa de Jesus Valente Viana e as suas filhas herdeiras, Úrsula Maria das Virgens Valente e Antonia das Virgens Valente, que ali ainda encontravam-se em 1834.
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O lote vizinho, de número 380, antiga chácara 154, também foi propriedade dos Lynch e, depois, pertenceu a
Celso da Rocha Miranda.
Atenciosamente,
Cau Barata
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Prezado Christian,
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Vamos mapear a genealogia do lote 388, da rua São Clemente.
Poderia recuar o estudo até o século XVI, pois tenho toda a documentação sobre o seu histórico, levantada no decorrer dos últimos vinte cinco anos, para compor um dos volumes da “Enciclopédia Histórica do Rio de Janeiro” que vinha e ainda hoje continuo escrevendo. São mais de 20 mil páginas, divididas em 15 tomos temáticos, elaborados desde 1985. É dela que venho tirando, emprestado, algumas notas, para colocar nas cinco páginas que acabei formando no facebook.
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No entanto, preferi recuar ao final do século XVIII, na passagem para a centúria seguinte, o histórico do terreno que você me perguntou, acompanhado daquela belíssima fotografia que, embora não tenha alguma indicação ou legenda, acredito estar (estarmos) diante, justamente, da sua família Lynch, já que, na década de XX, deste século XX, ali residia Adelaide (Adéle) Augusta Teresa Lynch, nascida por volta de 1907, na Inglaterra, e falecida em 2002, no Rio de Janeiro. Era filha de Edmundo Lionel Lynch (1869-1944) - Cavaleiro da Ordem de S. Gregório, condecoração que recebeu em virtude de ter sido o responsável pela organização e o levantamento financeiro para criar o Colégio Pio Brasileiro, em Roma -, e de Dona Chiquita, Francisca de Paula de Mesquita (1881-1982).
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Estas terras, as quais chamei de “Chácara dos Lírios”, depois de sucessivos desmembramentos, e escrituras de compra e venda, foram adquiridas, no ano de 1800, por compra que fez Custódio Moreira Lírio. Tinha, por ocasião da transação, 200 braças de testada para o Caminho de São Clemente e fundos até as vertentes do morro.
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Para que você tenha uma idéia do tamanho desta propriedade, na qual vai ser erguido o Palacete Lynch (número 388), sugriram em suas terras, os seguintes logradouros: rua Alfredo Chaves, rua Barão de São Clemente (rua Icatu, rua Sarapuí), Largo dos Leões (rua Mário de Andrade, rua Mário Perdeneiras.
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Custódio Moreira Lírio, nasceu na freguesia de São Cristóvão de Refoios, no Porto, Portugal, em 1744, e faleceu no Rio de Janeiro, a 24 de fevereiro de 1824. Era irmão do Coronel e Comendador Manuel Moreira Lírio, homem influente na cidade do Rio de Janeiro, provedor da Santa Casa de Misericórdia, de 1825 a 1826, e filhos de Manuel Francisco Lírio e de Bernarda Moreira. Custódio, em 1806, foi admitido no quadro da Santa Casa de Misericórdia, onde exerceu importantes cargos. Casou no Rio de Janeiro, e teve nove filhos, entre eles, Antonio e José Moreira Lírio, que foram herdeiros de algumas de suas propriedades, uma delas na praia de Botafogo.
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1808 - Lote V
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A partir de 1808, data que marca a chegada da Família Real Portuguesa, e da abertura dos portos às nações amigas, Custódio Moreira Lírio, percebendo a necessidade de moradias na nova Corte, e a busca por valiosos terrenos, deu princípio ao loteamento de sua grande chácara, que ficava localizada no trecho final da rua São Clemente, parte dela entrando em terras onde hoje está assentado o largo dos Leões.
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Foram àquelas 200 braças de testada da Chácara dos Lírios dividida em cinco grandes lotes, entre eles, o Lote V, que representava uma porção de 84 braças de testada para o Caminho de São Clemente. Este terreno, que será subdividido em tres Casas – 88, 86 e 84, foi comprado, em 1814, por Sebastião Luiz Viana, que alí estabeleceu a nova Chácara do Viana. O Sargento Mor Sebastião Luiz Viana, faleceu antes de dezembro de 1834. Foi casado com Teresa de Jesus Viana.
1830c - Lote V-2
.Foi esta propriedade, ainda em vida de Sebastião Viana, dividida em tres grandes lotes, fazendo parte do nosso estudo, o de número V 2, que vai originar, justamente, a Casa 86, como veremos adiante. Foi esta propriedade remanescente, que ficou na mão da família Viana, ou seja, com a viúva, Teresa de Jesus Valente Viana e as suas filhas herdeiras, Úrsula Maria das Virgens Valente e Antonia das Virgens Valente, que ali ainda encontravam-se em 1834.
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Bem poderiam estar os Vianas, junto aos Lynch, naquela foto que você nos brindou. Se, possível fosse, revelar em uma fotografia, o espírito daqueles que lhe antecederam, naquele terreno número 388, da Rua São Clemente, de um lado veríamos a família Lírio, de 1800 e, do outro, a família Viana, de 1814 – duas das antigas proprietárias das terras que no século XX, pertenciam aos Lynch.
LINHA DE SUCESSÃO
.A filha herdeira, Antonia das Virgens Valente, foi casada com Custódio Cardoso Fontes que tornou-se o novo proprietário desta chácara. Custódio Cardoso Fontes, feitor conferente da Alfândega do Rio de Janeiro, em 1847, tinha negócios na Rua da Cadeia, hoje rua da Assembléia. Cavaleiro da Ordem de Cristo e Oficial da Ordem Imperial do Cruzeiro, faleceu no Rio de Janeiro, a 6 de outubro de 1852.
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Sua viúva, vendeu a propriedade para Joaquim José de Castro Araújo Sampaio, que a repassou, por herança, para Manuel José da Cunha Osório que, em 1870, informa ter sido seu herdeiro. Joaquim José de Castro Araújo Sampaio, parece não ter sido casado e, em 1855, havia sido testemunho do casamento de Manuel Osório com Antonia Rosa de Azevedo.
NÚMERO 86
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Esta chácara tinha fundos até as Laranjeiras, medindo 94 metros de frente. Já, nesta ocasião, o antigo Lote V-2, atendia pelo número 86, da rua de São Clemente.
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A partir de 1850, estas terras foram desmembradas pelos herdeiros de Osório, e vendidas a terceiros, consequentemente, foram criados vários lotes intermediários que receberam novas numerações.
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NÚMERO 152
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Em 1874, as chácaras da rua São Clemente, entre os antidos números 84 e 94, que formava a antiga Chácara dos Lírios, tinham nova congifuração e novos proprietários.
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A antiga Casa 86, de Manuel José da Cunha Osório, foi desmembrada em pequenos lotes (pequeno, comparado ao que era) e, a casa 86, agora responde pelo número 152, que permenaceu em mãos do antigo proprietário - Cunha Osório – enquanto os outros foram vendidos. Nesta ocasião, tratava-se de uma casa térrea, ou seja, de um só pavimento.
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NÚMERO 142 e 144
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Entre 1875-1879, a propriedade restante, em mãos dos Cunha Osório, antiga chácara dos Viana e, mais remotamente dos Lírios, foi dividida em dois lotes e, o antigo número 152, recebeu os novos números 142 e 144.
NÚMERO 156
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No ano de 1892, esta propriedade ainda pertencia aos Cunha Osório, cabendo ao antigo número 144, o terreno correspondente ao que vai formar, mais adiante, o Palacete Lynch, da rua São Clemente, núumero 388. No entanto, em fins do século XX, o terreno encontrava-se em mãos de Manuel José da Cunha Osório Júnior, filho daquele outro, e agora respondia pelo número 156.
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NÚMERO 388
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Finalmente, a antiga Casa 156, de 1892 – que foi dos Cunha Osório; antes número 144, que foi dos Cunha Osório; antes número 152, que foi dos Cunha Osório; antes número 86, que foi de Joaquim José de Castro Araújo Sampaio; antes Lote V-2, que foi de Sebastião Luiz Viana; antes Lote V, que foi de Custódio Moreira Lírio = corresponde, hoje, ao número 388 que, em 1925, estava em nome de Adele Augusta Teresa Lynch. Nela, mais adiante, será instalada a Embaixada dos Estados Unidos.
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Adéle Lynch, conforme já foi dito, aparece como responsável por esta propriedade, em 1925, talvez representando seus sete irmãos mais novos, entre eles, seu avô (de Christian) Edward Joseph Lynch, nascido no Rio de Janeiro, a 23.04.1908, onde faleceu por volta de 1980.
Celso da Rocha Miranda.
Na união das propriedade números 380, 388 e 398, foi instalada a Embaixada dos Estados Unidos da América do Norte que, em 1940, atendia pelo telefone 26-4293.
Em 1973, muda para o número 388, da Rua São Clemente, a Sociedade Escolar e Beneficente Corcovado, mais conhecida como Escola Corcovado. Em 1982, a Escola adquire o terreno de Botafogo, e atendia pelos telefones: 226-8841 / 266-3264 / 266-7619.
Atenciosamente,
Cau Barata
Prezado Cau Barata,
ResponderExcluirMeu nome é Lisiane Lirio, e estou em busca dos antepassados LIRIO.
Procuro mais informações acerca de BERNARDO MOREIRA LIRIO, nascido em 1782 e falecido em Porto Alegre/RS em 1848.
Os nomes dos PAIS de Custódio Moreira Lirio, citados por você nos textos acima, aparecem na certidão de óbito de Bernardo Moreira Lirio, sendo ele portanto IRMÃO de Custodio e Manuel Moreira Lirio.
No entanto, sendo irmãos, chama atenção a diferença de 38 anos entre Custodio (1744) e Bernardo (1782).
Bernardo Moreira Lirio, aparece como Capitão na ata de fundação da minha cidade de Cachoeira do Sul em 1820. Em 1824 ele é chamado de Vereador em documentos da Câmara Municipal.
Em 1831 seu nome consta na certidão de óbito de sua esposa, ainda em Cachoeira do Sul.
Em 1839, seu nome está em certidão de casamento com Esmerilda de Menezes, em Porto Alegre/RS, e também nos registros de nascimento de 3 filhos.
A partir de 1848, data de sua morte, não há mais registros envolvendo seu nome ou de seus filhos.
A historia de Bernardo em Cachoeira do Sul é intrigante, pois consta que não teve filhos com a primeira esposa, falecida em 1831.
No entanto, seu nome consta, como AVÔ, na certidão de nascimento de Adão Lirio, meu avô.
Meu avô Adão Lirio nasceu em 1917, filho de João Lirio.
Ora, cronologicamente é impossível que João Lirio tenha sido filho deste Bernardo, visto ter nascido provavelmente por volta de 1897, 49 após a morte de Bernardo.
No entanto, pensamos na possibilidade de que Bernardo Menezes Lirio, filho de Bernardo e Esmerilda, nascido em 1841 e registrado em Porto Alegre/RS, possa ser o antepassado que consta na certidão de meu avô.
Por algum motivo, o filho teria adotado o nome Moreira do pai e veio em busca de nossa cidade, e aqui se estabeleceu, dando origem a nossa família.
Mas isto é só uma suposição, não temos nenhum documento que apoie esta ideia.
No entanto, após ler este seu texto, pensamos que talvez este Bernardo Moreira Lirio que aparece como meu tataravô possa ser oriundo de algum Moreira Lirio aí do Rio de Janeiro, talvez um filho ou neto de algum deles.
Mas aí fica a pergunta: por quê na certidão de óbito (1848) de Bernardo Moreira Lirio, constam como seus pais os pais de Custodio e Manoel?
Você pode me ajudar?
Estou aguardando.
Obrigada.
Lisiane Lirio.
RS
Bom dia,
ResponderExcluirgostaria de saber quem foi o arquiteto ou engenheiro da casa 388?
Feliz por conhecer essa pessoa especial q se dedicou ao Rio desaparecido.
ResponderExcluirGosto de árvores genealógicas, difícil de fazer, encontro site e blog q me deixa Feliz. Minha Avó materna era Lynch, filha de Aimee Lynch de Barros Freire, q véi da Ingleterra chamada pelos pais q vieram em 2 irmãos p construírem estradas??? Todos claro já morreram e esses trisavós não sei quem são. Lembro Bem de tia Adele mãe de tio Ned (Edmundo Leonel Lynch) e de Uncle Harry ( Si Henry Lynch) Gostaria de saber mais. Tenho foto de minha Mãe indo a Festa q tia Adele ofereceu ao Duque de Windsor qdo no Brasil, nesta casa São Clemente 388, Minha tia Avó Yvonne Lynch de Barros Freire tem lá se casou c Diplomata Mexicano Pablo Campos Ortis. Mtas memórias soltas, pq contavam poucas histórias . Vc sabe algo sobre essa família? Sei q eram 2 Gosling casados c 2 Lynch . Adoraria saber e entrar contato c vc. Parabéns pela sua de iniciativa de resgate memória perdidas. Abç Eliane Quartin