segunda-feira, 27 de junho de 2011

MARQUES LISBOA – LARANJEIRAS – Para Sonia Sant'Anna

Sonia Sant'Anna Prazado Cau. Sempre ouvi dizer na família que parte de Laranjeiras pertencera outrora aos Marques Lisboa. Mas nem mamãe, muito ligada a esses assuntos de família, sabia me dizer qual parte de Laranjeiras. Você foi, como sempre, rico em detalhes. Um beijo agradecido. Sonia.
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Para Sonia Sant'Anna

Prezada amiga Sonia, o patriarca de Laranjeiras, dentro do grupo Marques Lisboa, foi justamente o famoso  Patrão-Mor da Barra do Rio Grande, Francisco Marques Lisboa, nascido a 13.05.1768, em Famalicão - Lisboa – Portugal, e falecido por volta de 1844.

Veio, junametnte com dois irmãos, para o Brasil a chamado do tio matemo, José Antonio Ribeiro, residente no Rio de Janeiro. Francisco fixou residência no Rio Grande do Sul, na cidade de Rio Grande (vila de São Pedro do Rio Grande). Um dos poucos dados existentes a seu respeito nos arquivos brasileiros é uma carta de confirmação, datada de Lisboa a 20.7.1804, provendo-o na serventía vítalicia de Patrao-Mor do Porto do Rio Grande de São Pedro do Sul.

No Rio de Janeiro, também foi grande proprietário e, no bairro de Laranjeiras, na década de 40, do século XIX, era proprietário no atual LARGO DO MACHADO, ou seja, de todo o lado direito do Largo, desde a esquina da Rua do Catete, até aproximar-se da Igreja Matriz da Glória, onde tem princípio a Rua Gago Coutinho. Foi, outrora, esta região denominada de Campo das Laranjeiras. Também já teve as denominações de Campo do Largo do machado, Praça da Glória, Praça Duque de Caxias e, hoje, apenas Largo do Machado.

Nota: As terras dos Marques Lisboa ficam à direita, nesta imagem.
O outro lado, onde se vê uma torre de uma capela, pertenciam á Carlota Joaquina.


Todo o lado par do Largo do Machado, justamente onde fica um dos patrimônios históricos do bairro – o COLÉGIO ESTADUAL AMARO CAVALCANTE. lgo Machado, atual número 20 – pertencera a Francisco Marques Lisboa. Com sua morte, ficou a propriedade para seus filhos, sobretudo os homens: Henrique Marques de Oliveira Lisboa, com o lote número 6; José Marques Lisboa, com o lote número 8; e Vicente Marques Lisboa, com o lote números 4, 10, 12 e 14. Estes últimos, certamente após arranjo com seus irmãos. Houve, ainda, o lote 2, que foi adquirido, por escritura de compra de 1847, por Dona Maria Inez da Cunha Marques, que arrematou do espólio do falecido Francisco Marques Lisboa.


Vicente, morreu no Rio de Janeiro a 04.01.1863,, na rua das Laranjeiras 15, viúvo, e foi sepultado no Cemitério do Caju. Suas propriedades: terrenos 4, 10, 12 e 14, ficaram com seus herdeiros diretos, sendo que o número 4, ficou para sua filha Guilhermina Angélica de Lima Lisboa, mulher de Luiz Augusto Schmidt. Rm 1875, ainda pertencia a Guilhermina.

José, acabou dividindo o seu lote, número 8, com seus irmãos: Henrique Marques de Oliveira Lisboa (já proprietário do lote 6) e Eufrásia Marques Lisboa, então casada com Joseph March Ewbank, protestante, natural de Castel Barnard, Durham, Inglaterra, onde nasceu a 19.04.1791.

D. Maria Inez da Cunha Marques, que havia arrematado em 1847, através de Manuel da Cunha Barbosa, o lote 2, do espólio do finado Francisco Marques Lisboa, dividiu sua propriedade em 1uatro lotes, antes de 1870, que ficaram numerados da seguinte maneira: A, B, C e 2.

O lote número 2, acabou sofrendo uma divisão, devida à abertura da antiga Rua do Quintanilha, por atravessar, na sua maior parte, as terras de Salvador Alves Corrêa Quintanilha. Este caminho, chamou-se, pouco depois, Rua da Pedreira da Candelária e, hoje, tem a denominação de RUA BENTO LISBOA.

Os lotes números B e C, uma subdivisão do número 2 – descrito acima – tinham, respectivamente, quatro e duas braças de frente. O primeiro – B – Maria Inês vendeu, em 1865, para Eugenia Cadeac e, o segundo, os herdeiros de Maria Inês, venderam a propriedade, em 1870, ao Governo Imperial que, na mesma ocasião, adquiriu o lote B, de Eugênia. Somando, assim, seis braças de frente, o Governo Imperial fez nelas ser construído, justamente a ESCOLA PÚBLICA AMARO CAVALCANTE – ou seja, o local da Escola, construída entre 1870 e 1875, em tempos passados, era terreno dos Marques Lisboa. A Escola foi inaugurada a 10 de abril de 1875.


Finalmente, o lote A, tomou outro rumo, e foi vendido, em 1856, por Maria Inez, para  o comendador Joaquim Inácio da Costa Miranda, nascido em 1791, em Pernambuco, e falecido a 09.04.1864, no Rio de Janeiro deixando oito filhos.

Beijo
Cau Barata

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