segunda-feira, 27 de junho de 2011

RUA DOS INVALIDOS – Número 2

Andrea Carvalho Stark - CAU, O QUE HAVIA NA RUA DOS INVALIDOS, NUMERO 2, EM 1867?
==========================================================

para Andrea Carvalho Stark
Prezada Andréa, de onde você foi tirar este endereço, com direito a número. Fiquei curioso em saber a razão da sua escolha.

Bem.. vamos lá.

Este logradouro, uma antiga trilha, foi mandado abrir ao trânsito público, em 1791, pelo Vice-Rei Conde de Resende, D. José Luis de Castro e Azevedo (1744-1819), com princípio na rua Visconde do Rio Branco, em frente ao Campo de Santana, e término na rua do Riachuelo. Teve antes, a denominação de rua Nova de São Lourenço.

Ainda na administração do Conde de Resende, foi construído, em 1794, um edifício, com grande terreno – na esquina da rua do Senado – para servir de asilo aos soldados inválidos - o histórico Asilo dos Inválidos. Foi, a partir de então, que passou a ser conhecida como Rua dos Inválidos.

Quanto ao número 2, no ano de 1868, informo que não era um prédio solitário, pois tinha companhia, ou seja, era um conjunto de casas - quase um cortiço, cujos números indicavam 2 A, 2 B, 2 C e 2D, com mais de 60 quartos, e que assim, continuou por muitos anos.

Naquele ano de 1868, por exemplo, ficava no número 2 A, um estabelecimento de Secos e Molhados, de propriedade da firma José Maria Corrêa de Sá & C. O mesmo tipo de estabelecimento tinha no número 2 C, então propriedade de Feliciano José Teixeira, o que mostra uma vocação comercial, pelo menos no início da rua. Público não faltava, pois ali encontrava-se, naquele ano de 1868, o empresário Domingos Ribeiro de Souza, que também atendendo pelo endereço 2 A, anunciava seu negócio de aluguel de quartos e salas; negócio este, que vingou por quase dez anos pois, cerca de 1876, os números 2 e 2 A, propriedades, respectivamente, de Manuel José Martins Tinoco e Roberto Jorge Haddock Lobo, somavam quase 30 quartos de aluguel. O segundo - Haddock Lobo, era peixe graúdo, lusitano, e chefe de importante família na Cidade do Rio de Janeiro. Veio de Cascais, Lisboa, Portugal, antes de 1855 porém, parece ter sempre morado no Engenho Velho, com negócios no centro.

Mas a diversão e a religosidade também existia na rua dos Inválidos. Não esquecer que no antigo número 2 D, ficava a Igreja de Santo Antonio dos Pobres, na esquina com a rua do Senado, edificada por provisão do Tribunal da Mesa da Consciência e Ordens, datada do ano de 1811.

E, finalmente, também no número 2, estava outro grande empresário, José de Almeida Cabral, Alferes do 1.º Batalhão da Reserva do Estado Maior; e Empresário do TEATRO DO COMÉRCIO, no Pavilhão Fluminense, na esquina da Rua dos Inválidos, com o Campo de Santana. Foi construído de madeira e inaugurado, em 09.05.1847, com o drama “ARTUR OU DEZESSEIS ANOS DEPOIS”. Teve, também, o nome de TEATRO TIVOLI.
Almeida Cabral era Cavaleiro da Ordem de Cristo.
Att.
Cau Barata

2 comentários:

  1. Boa tarde. Gostaria de saber alguma informação sobre o cartório que havia na rua dos Inválidos nas décadas de 1920 e 1930?

    ResponderExcluir
  2. Em qual das esquinas se situava o antigo asilo? Temos alguma imagem da edificação asilar? Qual a sua capacidade de abrigamento? É possível reconhecer que tipo de demanda, causas de invalidez, justificaram a construção do asilo?

    ResponderExcluir